Que uma liderança eficaz impulsiona a eficiência das organizações e que liderar exige capacidade de administrar mudanças, já sabemos há muito tempo. O fato que alguns costumam não considerar é que, em um contexto de mudanças aceleradas e disruptivas, desenvolver ou ampliar as competências de liderança é chave para viabilizar o sucesso e a sustentabilidade das iniciativas de mudanças individuais, da equipe e da organização.
Líderes e liderados são interdependentes e, portanto, corresponsáveis pela qualidade dos seus relacionamentos, de seu desempenho e dos resultados. Vamos imaginar um cenário ideal em que um bom líder reconhece e utiliza suas forças; trabalha seus pontos de melhoria e engaja profissionais que completam suas capacidades, oportunizando de forma recíproca, satisfazer necessidades humanas essenciais como autonomia, competência e relacionamento.
Agora, vamos imaginar um outro cenário. Neste, o líder falha em seu objetivo no trabalho. O custo das falhas de liderança tende a ser muito alto, pois impacta nas pessoas, na empresa e seu entorno. O mesmo ocorre com profissionais insatisfeitos. Vale alertar que cerca de 55% das pessoas destinam grande parte do tempo para lamentos e reclamações, caracterizando um “comportamento infantil” (Exame, 2016) e 63% têm problemas de relacionamento no trabalho (ISMA Brasil, 2015), inclusive os líderes. Embora, supõe-se que adultos saibam escutar, dialogar e conduzir suas relações de forma assertiva, na prática, o que mais se ouve é “vamos discutir o assunto” ou vamos debater. Ambos remetem a um estado de competição, onde um lado ganha e outro perde, e não à compreensão para chegar a soluções juntos.
Em cenários disfuncionais como o acima, recomenda-se aprender a escutar para entender e não para responder, como geralmente predomina. A escuta ativa e empática para conversas honestas, inteligentes, produtivas e estimuladoras de confiança é uma competência básica a ser aperfeiçoada, não só por líderes e não apenas nas relações profissionais. Saber escutar gera confiança. A confiança é uma espécie de “cola invisível” que estimula conexões e favorece um ambiente menos “infantil” e estressante, além de relações mais produtivas e duradouras.
A escuta é uma das principais bases da inteligência conversacional e do Coaching Executivo, e pode ser aprimorada por meio de um processo que envolve uma espécie de “convers+AÇÃO”, com um propósito claro, que conduz a reflexões, aprendizagens, novas experiências, desenvolvimento e mudanças. Isso requer abertura e motivação interna para se auto-observar, identificar e refletir “em voz alta” sobre os efeitos do seu modo de ser, pensar, agir e reagir – manifestado por comportamentos nas situações e relações -, de modo a ampliar a autoconsciência.
A autoconsciência é o alicerce para o autoconhecimento e autodesenvolvimento que, por sua vez, estimulam a mudança de percepção, oportunizando enxergar o mundo com outras “lentes” e experienciar novas alternativas e novos comportamentos, em um processo contínuo de aprendizagem e desenvolvimento ao longo da vida (lifelong learning).
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